17/06/2025

Estradiol: o que é, principais funções e sinais de deficiência

O estradiol é um dos hormônios mais conhecidos do corpo humano, principalmente por seu papel na saúde sexual feminina. Ele é a principal forma de estrogênio no período reprodutivo da mulher, sendo produzido principalmente pelos ovários.

Mas reduzir o estradiol apenas à esfera sexual é um erro.

Esse hormônio tem um impacto muito mais amplo, influenciando sistemas essenciais como o cérebro, os ossos, o coração, a pele e o metabolismo.

O que é o estradiol?

O estradiol (E2) é o estrogênio mais potente e ativo no corpo humano, fundamental para o ciclo menstrual, a fertilidade e o desenvolvimento das características sexuais secundárias femininas, quais sejam aquelas mudanças físicas que aparecem durante a puberdade, quando o corpo feminino começa a se desenvolver, mas que não estão diretamente ligadas aos órgãos reprodutivos:

  • Desenvolvimento das mamas
  • Aumento da deposição de gordura em quadris e coxas (formando o contorno corporal feminino)
  • Afinamento da cintura
  • Surgimento de pelos pubianos e axilares
  • Alterações na pele (como maior oleosidade)
  • Mudanças na voz (ela não engrossa como nos meninos, mas ganha uma tonalidade mais definida e adulta)

Ou seja, são sinais externos de maturação sexual, mas que não incluem ovários, útero ou vagina.

E o estradiol também está presente em níveis mais baixos nos homens, participando do equilíbrio hormonal masculino.

Principais funções do estradiol, além da função sexual

Cérebro e sistema nervoso

O estradiol modula neurotransmissores como serotonina e dopamina, impactando o humor e a saúde emocional; protege os neurônios contra o estresse oxidativo e a inflamação; contribui para a memória, cognição e aprendizado e tem efeito neuroprotetor, com níveis fisiológicos associados à menor incidência de doenças como Alzheimer.

Sistema cardiovascular

No sistema cardiovascular, o estradiol melhora a flexibilidade das artérias, exercendo efeito vasodilatador e ajudando no controle da pressão arterial.

Ossos, músculos e articulações

O estradiol estimula a formação óssea e inibe a reabsorção (“destruição” óssea natural), prevenindo osteopenia e osteoporose. Ele também atua aumentando a síntese de proteínas e ajudando a manter a massa e a força muscular, contribuindo para a manutenção da mobilidade, estabilidade corporal e redução do risco de quedas. Além disso, esse hormônio também tem efeito nas articulações, ajudando a manter a integridade das cartilagens e o equilíbrio inflamatório local.

Pele e tecidos conjuntivos

Esse estrogênio ajuda a manter a hidratação, elasticidade e espessura da pele, prevenindo sinais do envelhecimento, assim como auxilia na saúde das mucosas, como a vaginal e a ocular, ajudando a prevenir o ressecamento.

Metabolismo

No metabolismo, o estradiol participa do controle do peso e da distribuição de gordura, exercendo importante papel da composição corporal da mulher. E ainda atua na melhora da sensibilidade à insulina e no metabolismo da glicose.

Principais sinais de deficiência de estradiol

O estradiol é um dos hormônios de maior importância para o organismo feminino.

Sua produção começa a declinar vagarosamente a partir dos 30-35 anos, com uma queda mais acentuada a partir dos 40 anos, quando geralmente tem início o climatério, chegando a níveis baixíssimos ou quase nulos com a menopausa.

Esse declínio é da natureza feminina, tendo relação com a perda natural da capacidade de reprodução. Contudo, considerando suas diversas outras funções, é possível compreender que não se pode normalizar as consequências de sua deficiência para a saúde.

Além disso, em mulheres jovens, alguns fatores como alterações da tireoide, estresse crônico, falta de sono, sobrepeso e sedentarismo podem levar a queda na produção do estradiol antes mesmo do avançar da idade ou, ainda, acelerar seu declínio natural.

Em geral, a deficiência de estradiol se manifesta com:

  • Irregularidade ou ausência menstrual

  • Ondas de calor e suores noturnos

  • Secura vaginal e desconforto nas relações

  • Alterações de humor, irritabilidade, ansiedade ou depressão

  • Dificuldade de concentração e lapsos de memória

  • Queda na densidade óssea

  • Diminuição da massa muscular

  • Pele mais seca e menos elástica

Por que acompanhar seus níveis hormonais?

Na medicina integrativa, que considera o ser humano como um todo, o equilíbrio hormonal não é visto apenas sob a ótica da reprodução.

Ele é essencial para manter a saúde global, o bem-estar mental, a autonomia física e a qualidade de vida ao longo da vida.

Por isso, contar com acompanhamento médico de confiança para investigar sinais e sintomas e reequilibrar o estradiol, e/ou os demais hormônios que possam estar em desequilíbrio, é cuidar da saúde como um todo e, especialmente, do cérebro, coração e ossos, que dependem desse hormônio para envelhecer bem.

Se você deseja cuidar da sua saúde de forma completa, para melhorar sua qualidade de vida e bem-estar e para te ajudar com a prevenção de problemas de saúde a médio e longo prazo, entre em contato com minha equipe e agende uma consulta. Será uma honra te acompanhar nesse processo! 

Espero ter esclarecido um pouco mais o assunto!

Abraços,

Clarisse Rachid, MÉDICA

CREMESP 199403

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