12/07/2022

Mudanças emocionais da andropausa: como lidar

Aprender como lidar com as mudanças emocionais da andropausa é importante para que a sua vasta sintomatologia não prejudique a sua vida. 

Tanto na menopausa, como na andropausa, acontecem diversas mudanças emocionais nos indivíduos que passam por esses processos. 

Apesar de serem processos e sintomas naturais do desenvolvimento humano, há maneiras de lidar com essas mudanças para que estas não afetem negativamente a qualidade de vida.

Enquanto as mulheres costumam expressar e compartilhar suas angústias, o mesmo não acontece com os homens. “Enterrar” os sentimentos e fingir que não está acontecendo pode ser o primeiro instinto masculino ao enfrentar problemas, porém em vez de contribuir para resolver os impasses, isso apenas piora a situação. 

Assim como ocorre com o público feminino, a partir da meia-idade, eles precisam lidar com uma alteração no nível de hormônios e o quadro tende a se tornar mais complicado com a relutância em aceitar o fenômeno e a falta de conhecimento sobre o assunto. 

Continue a leitura e aprenda sobre as mudanças emocionais da andropausa e como lidar com elas.

Afinal, como lidar com as mudanças emocionais da andropausa?

Uma vez que as mudanças emocionais começam durante a andropausa, quem percebe não é o próprio indivíduo que está sofrendo com as oscilações de humor, mas sim a família, amigos e companheiros.

Enquanto para ele não passa de um dia ruim, é importante notar que não se trata de apenas uma instabilidade emocional ocasionada por estresse corriqueiro.

Afinal, quando causada pela andropausa, o comportamento ruim é acompanhado da diminuição da massa muscular, do desejo sexual e pode interferir na qualidade do sono, entre outros sintomas que podem agravar o estado emocional do indivíduo. 

A síndrome do homem irritável, termo cunhado pelo psicoterapeuta norte-americano Jed Diamond, apresenta alguns componentes principais:

  • A primeira é uma espécie de hipersensibilidade. Coisas que habitualmente não o aborreciam passam a tirá-lo do sério.
  • Outra característica é a ansiedade. Homens são criados para ficarem raivosos, mas não ansiosos, o que é considerado uma fraqueza. Entretanto, há razões de sobra para se sentir perdido ou temeroso diante de tantas incertezas, e não há nada de errado nisso.
  • Por fim, a raiva. Ela pode começar sendo contra si mesmo, minando a autoconfiança e a autoestima. A válvula de escape é descarregar em cima dos outros. Em vez de permanecer em estado de negação, vale procurar um especialista e avaliar se é o caso de iniciar um tratamento de reposição hormonal, que deve ter supervisão médica.

Segundo os especialistas, a busca por tratamento para a andropausa aumentou consideravelmente nos últimos anos. Afinal, a preocupação com a saúde tem sido mais constante nos homens das últimas gerações. 

No entanto, a maioria dos homens ainda é resistente à ideia de procurar um médico para falar de seus problemas de saúde, principalmente quando eles atingem a virilidade.

Para a maioria, consultar-se com um especialista é sinal de fragilidade, já que envolve admitir que há um problema com o qual ele não consegue lidar.

Acredita-se que o sistema de saúde brasileiro, em que os médicos especialistas atendem principalmente em horário comercial, também contribui para essa resistência, que deve ser contornada.

É necessário tornarmos o atendimento mais humano, já que a demanda da população por tratamentos eficazes, humanizados e com empatia têm crescido.

Além disso, fazer a população entender a importância do acompanhamento médico para tratar a prevenção e não só acudir quando estiver em um quadro mais preocupante. 

A menopausa do homem: compreenda o declínio hormonal masculino

Os homens não têm menopausa, pois tal declínio é típico da fisiologia feminina.

Esse fenômeno feminino, é substituído nos homens pelo declínio androgênico masculino, o qual afeta a sua qualidade de vida e exige o olhar atento de um médico com conhecimento em hormonologia.

A “menopausa masculina” é um termo utilizado erroneamente, muitas vezes reproduzido pela mídia, gerando confusão entre pessoas leigas.

Tal rótulo é enganoso porque sugere que os sintomas resultam de uma queda repentina da testosterona na meia-idade, semelhante ao que ocorre na menopausa feminina. No entanto, isso não é verdade.

Ao contrário do declínio femenino em que a interrupção do ciclo menstrual é um marco claro do declínio hormonal – o que pode facilitar a procura por solucionar os problemas causados por ele -, a “menopausa” masculina, melhor caracterizada como andropausa ou Declínio Androgênico Masculino, não possui um marcador clínico que indique o declínio dos níveis de testosterona no corpo do homem. 

No entanto, ambos os declínios apresentam consequências catastróficas para a qualidade de vida dos ambos os públicos e merecem igual reconhecimento e atenção.

Conheça os sinais da andropausa e atente-se à eles

Jovens adultos e até mesmo crianças podem apresentar casos de níveis baixos de testosterona atípicos, devido a causas primárias e secundárias de hipogonadismo – quando os testículos não produzem testosterona o suficiente, podendo acontecer durante o desenvolvimento fetal, puberdade ou idade adulta.

Hipogonadismo primário: pode ocorrer devido a herança genética ou também pode ser adquirida por conta de algum tipo de acidente ou doença. 

Por exemplo, lesões físicas em ambos os testículos, infecção por caxumba e quimioterapia e radioterapia para tratamento contra o câncer podem ser consideradas causas para o desenvolvimento de hipogonadismo primário.

Através de herança genética as condições incluem a incapacidade dos testículos de descer do abdômen antes do nascimento, excesso de ferro no sangue – que causa insuficiência testicular e o desenvolvimento da Síndrome de Klinefelter – quando o indivíduo nasce com três cromossomos sexuais.

Hipogonadismo secundário: seu surgimento é ocasionado por danos à glândula pituitária ou hipotálamo, ambas partes responsáveis pelo controle da produção hormonal dos testículos.

A condição causada por danos ao cérebro, inclui lesões e distúrbios causados por medicamentos, pequenos tumores e insuficiência renal, doenças inflamatórias como a tuberculose, HIV e AIDS e também a Síndrome de Kallmann – condição que causa anormalidade no hipotálamo. 

Contudo, fatores relacionados ao estilo de vida, como a obesidade, analgésicos, esteroides, estresse físico e emocional, também podem fazer parte dessa categoria de hipogonadismo.

É possível prevenir a andropausa?

O tratamento para a andropausa, devido às suas inúmeras peculiaridades, requer um olhar individualizado para o paciente e seu caso. 

Sendo assim, a consulta com um médico que tenha um amplo conhecimento em hormonologia possibilita a recuperação do equilíbrio hormonal e fisiológico necessário para a qualidade de vida.

Segundo um estudo realizado com 790 homens com idade a partir dos 65 anos, na qual foi designado na concentração sérica de testosterona inferior a 275 ng por decilitro e sintomas sugerindo hipoandrogenismo para receber gel de testosterona ou gel placebo por 1 ano.

Com o estudo concluíram que em homens sintomáticos com 65 anos de idade ou mais, o aumento das concentrações de testosterona por 1 ano de moderadamente baixo para a faixa média do normal para homens de 19 a 40 anos de idade teve um benefício moderado em relação à função sexual e algum benefício em relação ao humor e sintomas depressivos. 

Ainda assim, visando um tratamento mais humanizado torna-se importante lembrarmos a população a importância de um acompanhamento, para que assim seja possível prevenir as patologias e sintomas mais nocivos. 

Além disso, é vital relembrar o poder de hábitos saudáveis. Ter uma dieta equilibrada, fazer exercícios constantes, ter momentos de lazer e relaxamento, evitar álcool em excesso, estes são exemplos de hábitos que podem não só ajudar a diminuir os sintomas do DAEM, mas também ajudar a melhorar a qualidade de vida em geral de qualquer indivíduo. 

É essencial frisar a importância do estilo de vida saudável, a fim de evitar grandes problemas de saúde, sejam estes de origem física ou psicológica, já que estas práticas influenciam nos dois pontos. 

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